O papel do trabalho remoto para a diversidade no mercado de trabalho

A diversidade no mercado de trabalho é um tema cada vez mais relevante e urgente para as organizações e para a sociedade. Ter uma força de trabalho diversa significa contar com pessoas de diferentes origens, gêneros, idades, habilidades, culturas e perspectivas.

Tem a ver também com equidade e inclusão, ou seja, garantir que todas as pessoas tenham acesso às mesmas oportunidades e se sintam valorizadas e respeitadas no ambiente de trabalho.

Mas como promover a diversidade no mercado de trabalho em um mundo cada vez mais digital e conectado? Uma das possibilidades é o teletrabalho, que permite que as pessoas trabalhem de qualquer lugar e a qualquer hora, sem depender da presença física em um escritório ou em uma cidade específica.

Neste artigo, vamos apresentar alguns dados interessantes levantados pela pesquisa "Impulsionando o potencial da economia remota", realizada pela Economist Impact e encomendada pela DocuSign. O estudo entrevistou consumidores e executivos de dez países sobre suas expectativas e experiências com a economia em qualquer lugar. Acompanhe!

Como a diversidade está presente no mercado de trabalho?

Quando falamos em diversidade no mercado de trabalho nos referimos à presença e participação de pessoas com diferentes características e identidades, como gênero, raça, etnia, idade, orientação sexual, religião, cultura, nacionalidade, deficiência, entre outras.

Os impactos da diversidade no mercado de trabalho nas organizações e na sociedade como um todo são muitas:

  • aumenta a criatividade e a inovação, pois pessoas com diferentes perspectivas e experiências podem gerar novas soluções para os problemas e desafios do negócio;
  • melhora o desempenho e a produtividade, pois uma força de trabalho diversa pode atender melhor às necessidades e expectativas dos clientes e consumidores;
  • fortalece a reputação e a imagem da organização;
  • promove equidade, inclusão e diversidade no mercado de trabalho, reduzindo as desigualdades e as discriminações que afetam grupos minoritários ou vulneráveis na sociedade;
  • garante que todos tenham acesso às mesmas oportunidades e direitos no ambiente de trabalho.

Mas a diversidade não vem sem desafios. Percebemos a falta de políticas e práticas que favoreçam a diversidade nas organizações. Além disso, ainda há resistência e preconceito de alguns gestores e colaboradores que não valorizam ou não aceitam a diversidade no ambiente de trabalho.

Existe, ainda, falta de representatividade e visibilidade de alguns grupos na força de trabalho, especialmente em cargos de liderança ou em áreas estratégicas da organização.

No entanto, segundo a pesquisa, a “maioria (77%) dos executivos concorda que a economia remota teve um impacto positivo na capacidade deles de contratar um pool de candidatos mais amplo.”

Mas como o trabalho remoto pode gerar esse resultado? Entenda melhor essa relação entre economia remota e diversidade.

Diversidade e a economia remota

Segundo o relatório encomendado pela DocuSign, “dois terços dos executivos relataram que a adoção do trabalho remoto e o aumento da digitalização contribuíram para a diversificação da força de trabalho”. No Brasil, essa fatia chegou a 81,3%.

São diversos os fatores relacionados ao trabalho remoto que contribuem para a rica pluralidade de colaboradores para as empresas.

A economia remota é uma forma de trabalho que permite que as pessoas façam suas atividades de qualquer lugar e a qualquer hora, usando dispositivos eletrônicos, internet e plataformas digitais. Ela pode trazer mais oportunidades e benefícios para pessoas que antes tinham dificuldades ou limitações para entrar ou se manter no mercado de trabalho. Veja alguns exemplos.

Flexibilidade de horário

A economia remota permite que as pessoas escolham o horário que melhor se adapta às suas necessidades e preferências, sem ter que seguir um padrão fixo ou rígido. Isso pode ser ótimo para pessoas que têm outras responsabilidades ou interesses, como cuidar de filhos, idosos ou pessoas com deficiência, estudar, fazer cursos, praticar hobbies etc.

Além disso, a flexibilidade de horário também pode melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas, pois elas podem equilibrar melhor o trabalho e o lazer, dormir mais, evitar o estresse do trânsito etc.

Ainda de acordo com o estudo, “mais de três quartos dos executivos concordaram que horários de trabalho flexíveis tornaram sua força de trabalho mais diversa e equitativa”; isso é especialmente verdadeiro na América Latina (83,8%).

Facilidade para pessoas com deficiência

A economia remota pode facilitar a participação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, pois elas não precisam se deslocar até um local físico para trabalhar, o que pode ser um desafio ou um obstáculo para muitas delas.

Além disso, pessoas com deficiência podem usar recursos tecnológicos que atendam às suas necessidades específicas, como softwares adaptados, leitores de tela, teclados virtuais etc.

Segundo Claire Hastwell, do Great Place To Work, citada no relatório, "as pessoas com deficiência sentiram que sua saúde e segurança psicológica melhoraram quando puderam trabalhar em casa".

Idosos

A economia remota pode ser uma ótima opção para idosos que querem continuar trabalhando ou voltar ao mercado de trabalho, pois eles podem aproveitar sua experiência e conhecimento sem ter que se submeter a jornadas longas e cansativas, ou a ambientes hostis ou discriminatórios.

É notável que essa modalidade tem o potencial de trazer mais saúde e qualidade de vida para indivíduos desse grupo, pois podem trabalhar no conforto e na segurança de suas casas, evitando riscos de contágio ou acidentes, e mantendo contato com outras pessoas por meio das plataformas digitais.

O relatório aponta que “a economia remota prevê a adição de 10 milhões de pessoas com mais de 65 anos à força de trabalho somente em 2030. A taxa média de participação na força de trabalho (LFPR) de adultos mais velhos será de quase 20%, em comparação com 15% em 2021.”

O documento acrescenta que, “em média, para cada 1.000 adultos mais velhos, a economia em qualquer lugar atrairá 47 deles para participar da força de trabalho. Brasil e México verão os maiores ganhos nas LFPRs dos adultos mais velhos.”

Pessoas que vivem em áreas rurais e remotas

Mesmo aqueles que vivem em áreas remotas podem ter acesso a mais oportunidades e vagas de trabalho que antes eram restritas às grandes cidades ou centros urbanos.

Sem falar que economia remota também pode trazer mais desenvolvimento e prosperidade para essas áreas, pois elas podem gerar mais emprego e renda para as pessoas que vivem nelas, além de reduzir a necessidade de migração ou deslocamento.

Estimamos que “a economia em qualquer lugar criará 2,6 milhões de empregos adicionais em áreas rurais em 2030 apenas nos dez países estudados. A taxa média de emprego rural (idade 15+) aumentará de 57% em 2021 para 59% em 2030.”

A força de trabalho feminina no Brasil

Reconhecemos que ainda existe uma grande discriminação baseada em gênero que prejudica o ingresso e o avanço da mulher no mercado de trabalho. E o trabalho remoto também tem o potencial de reduzir essa desigualdade.

Dados levantados pelo relatório apontam que “a economia remota prevê a adição de 25 milhões de mulheres adicionais à força de trabalho somente em 2030, e a taxa média de participação da força de trabalho feminina (LFPR) será de quase 60% — acima dos 55% em 2021.”

Como vimos, o trabalho remoto tem o grande potencial de promover a diversidade no mercado de trabalho. Pessoas de diferentes gêneros, idades, locais e circunstâncias ganham maior acessibilidade a vagas de empresa, impactando positivamente não somente a empresa, mas também toda a sociedade.

Para aprofundar essa discussão, leia o relatório completo aqui.

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