As tendências da Digitalização no Brasil, segundo IDC

A digitalização no Brasil é mais um reflexo da realidade de nosso país: um cenário promissor e de contrastes. Se por um lado somos referência mundial na adoção de diversas tecnologias, por outro enfrentamos desafios na consolidação da transformação digital.

Em um novo relatório sobre a digitalização em 2023, a IDC mostrou em números essa dualidade, que aponta para novas reflexões e caminhos que gestores de TI precisam analisar em seu planejamento de futuro.

Se você quer entender melhor o panorama brasileiro para a tecnologia corporativa nos próximos anos, apontamos a seguir as principais tendências que você precisa ficar de olho. Acompanhe.

A consolidação digital no pós-pandemia

A pandemia de COVID-19 causou um grande impacto no funcionamento de empresas por pelo menos 2 anos. Um período de ajustes emergenciais, aplicação de novos conceitos produtivos e muito investimento em tecnologia.

Mais de 3 anos depois de seu início, percebemos que muitas das mudanças de paradigma forçadas por situação de exceção se tornaram o novo normal do mercado. Trabalho híbrido, foco em resultados e colaboração de times digitalizados hoje são ações esperadas de empresas competitivas.

Se mais de 80% das organizações brasileiras investiram na viabilidade de operação entre 2020 e 2022, a ideia agora é olhar para frente. Entre as prioridades no pós-pandemia, notamos as seguintes tendências:

  • aumentar produtividade organizacional (54%);
  • melhorar aquisição e retenção de clientes (42%);
  • criar/melhorar ofertas de produtos e serviços (40%);
  • reduzir custos (32%);
  • segurança e privacidade de dados (21%).

Todos esses caminhos têm uma origem em comum, negócios forçados a se digitalizar e que perceberam na prática as vantagens de passar pelo processo.

Você também deve ter sentido o mesmo em sua rotina. Ações tomadas por necessidade se provaram fonte de economia de recursos, aumento de produtividade e flexibilidade estratégica.

Portanto, podemos dizer que esta é a grande tendência geral da TI para a transformação digital: a consolidação do que deu certo durante a pandemia para resultados ainda melhores agora que saímos dela.

A busca pelo Digital First

Dentro dessa nova busca por digitalização no Brasil, o conceito de Digital First surge na maioria das discussões sobre o tema. Mas o que o ele significa exatamente?

Até algum tempo atrás, durante o processo de popularização da internet, boa parte dos negócios tinha uma abordagem conservadora quando se tratava de produtos e serviços: primeiro focava em suas entregas físicas para só então convertê-las em soluções digitais.

O Digital First é a inversão dessa lógica. Negócios que idealizam e executam estratégias em canais virtuais para só então converter para ambientes tradicionais.

Isso se ainda fizer sentido, já que muitas empresas estão indo além e adotando uma postura Digital Only. É o caso de comércios, serviços de assinatura, entretenimento, etc.

Porém, é importante notar que esta não é apenas uma questão de criar o produto digital antes do físico. É uma visão de proatividade eletrônica, uma cultura de pensamento inovador em pessoas e processos.

É um investimento que 47% das organizações na América Latina já buscam hoje, ou seja, algo que em breve será uma necessidade competitiva.

Combinando os ganhos em eficiência, agilidade e customização de relacionamento, ser Digital First é se alinha com os novos hábitos de consumo do brasileiro. Uma mudança de paradigma que começa na própria estrutura de funcionamento do negócio.

Os desafios da nova TI nas empresas

Para acompanhar a tendência de Digital First, as empresas brasileiras precisam colocar suas equipes de TI como participantes estratégicas na tomada de decisões.

E o que o relatório da IDC aponta são dados consistentes para argumentar essa importância. Segundo gestores que já investiram em tecnologia e colocaram suas TIs em destaque, os principais benefícios da transformação digital foram:

  • eficiência (34%);
  • automatização de tarefas repetitivas e manuais (18%);
  • colaboração e comunicação (13%);
  • dados mais precisos (10%).

Com dados tão claros sobre as vantagens práticas da tecnologia, seria de se esperar que a maioria das empresas no Brasil estivesse investindo mais em suas TIs — ainda mais após experimentarem alguns desses ganhos durante a pandemia.

Porém, ainda há uma questão cultural de conservadorismo nas estratégias corporativas que se torna o grande desafio da TI moderna. Alguns profissionais da área podem se espantar em saber que, em 2023, 19% das organizações são francamente resistentes à digitalização.

Quando investigamos mais a fundo as razões por trás desse atrito, vemos que as maiores barreiras estão em questões culturais de gestão e produtividade. São elas:

  • restrição de recursos de TI (63%);
  • complexidade técnica (48%);
  • cultura resistente à mudança (29%);
  • dificuldade de atender aspectos regulatórios (28%).

Esses motivos deixam claro que boa parte da resistência à tecnologia ainda está em uma visão ultrapassada da TI, em empresas que tratam o departamento como secundário e de suporte, quando ele é cada vez mais responsável pelo sucesso comercial.

Essas barreiras devem desaparecer naturalmente nos próximos anos. Mas a velocidade e eficiência com que a TI consegue mudar a mentalidade de outros departamentos pode ser a grande diferença mercadológica no futuro próximo.

O foco em segurança da informação

A busca apressada por sistemas produtivos digitais nas empresas trouxe outro desafio para equipes de TI no Brasil: o grande volume de tentativas de ataques e comprometimento de dados confidenciais. O aumento de eventos foi de 300% em 2021 e 140% em 2022.

Esse crescimento é resultado de tantos negócios que se tornam digitais sem planejamento de segurança ou o devido investimento para que a TI consolidasse com sucesso sua proteção de dados.

Agora é hora de organizações compensarem a pressa com consolidação de planos de cibersegurança, principalmente depois que a LGPD entrou em vigor.

Grande parte das empresas entrevistadas apontam o foco no futuro para infraestrutura segura, escalável e flexível. Algo que não vem apenas da adoção de ferramentas de monitoramento, mas da própria forma como o negócio se organiza.

O maior desafio da digitalização está em estruturar recursos, processos e relações comerciais para facilitar o acompanhamento e a autenticidade de cada passo na rotina corporativa. A assinatura eletrônica, por exemplo, é um passo crucial nesse sentido.

A adoção de assinatura eletrônica

A popularização de serviços de assinatura eletrônica vem mudando a realidade das empresas brasileiras nos últimos anos. 75% delas já experimentaram a tecnologia em algum momento.

No entanto, essa adoção ainda é bastante heterogênea. As PMEs, por exemplo, têm um nível mais baixo de adesão, chegando a 48%.

Quando pensamos nos benefícios da assinatura eletrônica, como eficiência na gestão de contratos, confiabilidade em dados, segurança digital e praticidade no compartilhamento de documentos, vemos um descompasso: empresas pequenas, que adotaram menos a tecnologia, se beneficiariam muito dela.

Dentro do plano de digitalização das empresas brasileiras, a assinatura eletrônica é uma tendência importante para os próximos anos. A gestão digital de documentos e contratos é uma catalisadora de transformação, do MEI às grandes empresas.

Seja qual for a natureza e o tamanho do negócio, a tecnologia tem um papel fundamental de crescimento nos próximos anos. Se você trabalha em gestão, precisa acompanhar a digitalização no Brasil como uma oportunidade para novas estratégias de mercado.

Quer se aprofundar no assunto e entender como se dá o processo de transformação digital em um negócio? Baixe gratuitamente o novo relatório do IDC.

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