Plano de Resposta a Incidentes: o que é, importância e quais são suas fases

Vivemos uma era de transformação digital e, nesse momento de verdadeira revolução, com o avanço em ritmo altamente acelerado da tecnologia, a segurança dos dados vêm se tornando uma preocupação constante para a maior parte das empresas, bem como para o governo e os próprios usuários. Afinal, conforme os crimes cibernéticos e as ameaças em potencial aumentam, torna-se fundamental intensificar a atuação, com a implementação de medidas mais eficazes.

Um exemplo nesse sentido é a formação de um time composto por profissionais especializados na proteção das informações e que conta com um Plano de Resposta a Incidentes (IRP). Essa iniciativa é imprescindível, inclusive, para assegurar a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Pensando nisso, neste post, vamos discorrer sobre o que são incidentes em cibersegurança, qual é a relevância do IRP, quais fases o compõem, entre outros pontos igualmente importantes. Continue a leitura!

O que são os incidentes em cibersegurança?

Em termos simples, os incidentes em cibersegurança são quaisquer situações em que haja uma violação a algum dos pilares da Segurança da Informação — a disponibilidade, a integridade e a confidencialidade. Ou seja, trata-se de qualquer evento adverso, seja sob suspeita, seja confirmado, que tenha relação com a segurança das redes e sistemas.

Exemplos reais de incidentes

A partir do entendimento de que um incidente representa um evento que tem o potencial de levar a uma crise, perda e/ou interrupção do fluxo dos negócios, é possível citar como exemplos reais:

  • o sequestro e/ou o vazamento de dados após um ataque cibernético;
  • a modificação indevida de informações por parte dos próprios colaboradores;
  • a eliminação indesejada de dados;
  • a perda de informações em razão, por exemplo, de atualizações do software, quedas de energia e, até mesmo, catástrofes naturais;
  • a exposição acidental de informações nas redes sociais, em comunicados e/ou em sites;
  • o acesso de qualquer indivíduo não autorizado aos dados

Qual é a importância do Plano de Resposta a Incidentes?

O Plano de Resposta a Incidentes é, basicamente, um documento formal composto de um conjunto de procedimentos e ferramentas que os profissionais de Tecnologia da Informação (TI) devem adotar para superar os problemas relativos à segurança que surgem no dia a dia organizacional. O propósito, nesse caso, é atuar na prevenção, identificação e mitigação das ameaças à cibersegurança.

Sendo assim, em um plano, é necessário descrever os procedimentos que serão colocados em prática diante da ocorrência de um incidente, bem como os recursos, as tecnologias e as ferramentas que serão utilizadas. Em suma, a ideia é reduzir ao máximo os custos e os danos que os problemas poderiam gerar na companhia.

Quais são as fases de um Plano de Resposta a Incidentes?

Um Plano de Resposta a Incidentes bem-feito assegura que as ações necessárias para conter os prejuízos sejam tomadas tão rapidamente quanto possível, diminuindo os possíveis danos à empresa, que vão desde a perda de informações até impactos exponencialmente negativos sobre a credibilidade no mercado e a lucratividade.

No entanto, para que um IRP seja bem-sucedido, é preciso seguir alguns passos essenciais e ter a certeza de que estão sendo bem gerenciados. Veja!

Realizar a preparação

O ponto de partida na implementação de um Plano de Resposta a Incidentes é a formação de um time que trabalhará especificamente com os incidentes. Nesse caso, os profissionais que o integram serão responsáveis pela criação da documentação que disporá acerca dos protocolos que deverão ser observados na execução das ações.

Nesse contexto, é fundamental oferecer treinamento a esses colaboradores a fim de capacitá-los para lidar com diversas circunstâncias, seguindo sempre as políticas empresariais de segurança. Dessa forma, será mais fácil compreender exatamente quais são os riscos aos quais o negócio vem se expondo e quais são as medidas de prevenção a serem adotadas

Fazer a identificação

A mesma equipe deverá atuar na detecção de eventuais desvios operacionais, buscando reconhecer os incidentes e determinar o seu nível de gravidade. Nessa etapa, o tipo de problema que se apresenta é documentado, da mesma forma que todos os procedimentos colocados em prática para solucioná-lo. Via de regra, esse processo de formalização deve responder às seguintes perguntas:

  • Quem?
  • O quê?
  • Onde?
  • Por quê?
  • Como?

Atuar na contenção

Depois da identificação, o passo seguinte é atuar na contenção do incidente, evitando futuros prejuízos da mesma natureza. Esse processo é dividido em procedimentos de curto e longo prazos, de modo que os primeiros trabalham na resolução imediata da ocorrência, enquanto os segundos envolvem ações de maior complexidade, que abrangem o restabelecimento de todo o sistema empresarial, objetivando a volta à normalidade.

Iniciar a erradicação

Nesse estágio, o foco é direcionado à remoção integral da vulnerabilidade e às práticas necessárias para impedir que o problema se repita. Normalmente, essas ações envolvem uma modificação nos mecanismos de autenticação e, em alguns casos, inclusive uma restauração de todos os softwares afetados.

Recuperar

Nessa fase, é imprescindível determinar o que é preciso ser feito para que a normalidade de todo o sistema seja restabelecida. O mais indicado, nesse caso, é realizar uma espécie de "varredura" para avaliar quais foram as perdas e, consequentemente, como repará-las.

Documentar as ocorrências

A etapa final é imprescindível para que as mesmas falhas não voltem a ocorrer, já que abrange o registro dos incidentes e as ações de resposta colocadas em prática para "driblá-los". Esse estágio contribui para a manutenção de um histórico dos eventos e dos procedimentos seguidos, preparando o negócio para lidar com situações futuras com mais agilidade e efetividade.

Uma empresa com um Plano de Resposta a Incidentes está mais preparada para enfrentar a expressiva diversidade de situações relativas à segurança dos seus dados. As medidas recomendadas auxiliam na prevenção e no combate a inúmeras ameaças, logo, ao adotá-las, o negócio se previne, inclusive, contra perdas financeiras, por exemplo, relacionadas à recuperação das informações.

Entenda quais são as melhores práticas para proteger dados da empresa

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