Como calcular perdas e danos? Confira o passo a passo

A gestão eficaz de uma empresa envolve muitos fatores, entre eles a habilidade de lidar com contratempos. É inevitável que, em algum momento, uma ação ou omissão de uma terceira parte possa resultar em prejuízos ao negócio. Nesses casos, é crucial entender como calcular as perdas e danos para buscar a devida compensação e minimizar os impactos.

O cálculo de perdas e danos é uma parte essencial do processo de resolução de disputas, seja em uma negociação direta, mediação, arbitragem ou ação judicial. Esse cálculo não apenas ajuda a determinar o valor que pode ser recuperado para compensar o prejuízo sofrido, mas também serve como uma ferramenta de negociação.

Quer saber quais são os fatores que influenciam esse cálculo? Então, continue a leitura. Neste artigo, explicamos esse assunto ponto a ponto!

O que significa perdas e danos?

"Perdas e danos" é um termo jurídico que se refere à compensação monetária que uma pessoa pode ser obrigada a pagar a outra por ter causado algum tipo de prejuízo. Essa compensação é destinada a cobrir o prejuízo sofrido pela pessoa prejudicada, e a ideia é que ela seja restituída à situação em que estaria se o prejuízo não tivesse ocorrido.

Existem diferentes tipos de perdas e danos, dependendo da natureza do prejuízo causado. Por exemplo:

  • danos materiais — quando há prejuízo a propriedades ou bens;
  • danos morais — quando há prejuízo à reputação ou à dignidade da pessoa;
  • danos emergentes — que se referem às perdas diretas e imediatas causadas pela situação que causou o prejuízo;
  • lucros cessantes — que é a perda de ganhos futuros que foram interrompidos pelo ato ou omissão que provocou o prejuízo.

A ideia é que a pessoa prejudicada receba um valor que seja compatível com a situação enfrentada. Por isso, é importante saber como calcular perdas e danos. Aliás, essa apuração é essencial.

O que são danos emergentes?

Os danos emergentes, como foi mencionado no tópico anterior, representam um tipo específico de prejuízo. Eles se referem ao dano efetivo e imediato que a pessoa prejudicada sofreu.

Em outras palavras, são os danos diretos decorrentes do erro que causou o prejuízo. Vale destacar que o erro pode ser entendido como uma ação ou omissão, mesmo que involuntária (ou seja, mesmo sem intenção de causar o problema).

Para exemplificar, suponha que um motorista tenha seu carro danificado por outro em um acidente de trânsito. Os danos emergentes, nesse caso, poderiam incluir o custo imediato dos reparos do veículo assim como quaisquer despesas médicas resultantes de lesões sofridas no acidente.

O que são lucros cessantes?

Lucros cessantes é uma expressão jurídica que se refere ao dinheiro que uma pessoa ou empresa deixou de ganhar devido a um ato ilícito ou a uma situação específica que impediu a realização de um negócio ou atividade lucrativa. É basicamente a perda de uma oportunidade de ganho que teria ocorrido se o evento prejudicial não tivesse acontecido.

Por exemplo, se um motorista de táxi tiver seu carro danificado em um acidente causado por outra pessoa, ele pode não ser capaz de trabalhar enquanto o carro está sendo reparado. O dinheiro que ele teria ganhado durante esse tempo — que ele não conseguiu por causa do acidente — é considerado lucros cessantes.

Da mesma forma, se uma empresa é forçada a fechar temporariamente devido a um dano causado por outra parte, os lucros que a empresa teria ganhado durante o período de fechamento podem ser considerados lucros cessantes.

Assim, em muitos casos legais onde há danos a serem reparados, tanto os danos emergentes (os custos imediatos e diretos do dano) quanto os lucros cessantes podem ser considerados no cálculo dos valores referentes à reparação devida.

Quando perdas e danos se aplicam?

As perdas e danos podem ser exigidas em diferentes situações. Como mencionamos, sempre que houver prejuízo causado a alguém, em decorrência de uma ação ou omissão, há potencial para solicitação de reparações. Veja quais são os casos mais comuns!

  • Contratos: se uma das partes quebra o contrato, a outra parte pode reivindicar perdas e danos para compensar o prejuízo sofrido;
  • Acidentes de trânsito: os casos de acidentes de trânsito geralmente resultam em danos, gerando direito à pessoa prejudicada, que pode reivindicar perdas e danos para cobrir o custo dos reparos do veículo, despesas médicas e quaisquer salários perdidos devido à incapacidade de trabalhar;
  • Responsabilização profissional: quando um profissional (como um médico, advogado ou engenheiro) não atua com o devido cuidado e habilidade e isso causa um prejuízo a alguém, a pessoa prejudicada pode reivindicar perdas e danos;
  • Danos à honra: englobam os casos de injúria, difamação e calúnia, que podem ensejar pedido de reparação devido em relação ao prejuízo provocado.

Um ponto que precisa ser destacado é que as situações que geram perdas e danos são abrangentes. De qualquer forma, é preciso avaliar cada caso especificamente para entender se há previsão de reparação ou não.

Como calcular perdas e danos?

Calcular perdas e danos envolve identificar e quantificar todas as perdas financeiras que foram resultado direto do ato ilícito ou do descumprimento do contrato. Saiba quais são os principais passos para fazer essa avaliação!

1. Identifique os danos emergentes

Esses são os custos diretos e imediatos que foram causados pela ação ou omissão que causou o prejuízo. Isso pode incluir, por exemplo, o custo de reparos em caso de danos patrimoniais ou com contratação de serviços especializados, entre outros tipos de gastos possíveis. Some todos esses custos para obter o total de danos emergentes.

2. Calcule os lucros cessantes

Esses são os ganhos que você teria obtido se o prejuízo não tivesse ocorrido. O cálculo desses lucros cessantes pode ser complicado, porque é preciso fazer uma estimativa dos ganhos futuros. Por isso, é importante manter os registros financeiros em dia, pois esses dados vão ser necessários para fazer projeções como essas ou tantas outras.

3. Inclua danos morais

Em alguns casos, você pode ter direito à reparação por danos morais. A quantificação desses prejuízos é mais subjetiva e pode variar bastante de um caso para outro.

4. Some todos os valores

Adicione todos os valores calculados acima para obter o total de perdas e danos. O saldo obtido deve ser compatível com a quantia de ressarcimento.

No entanto, é válido ressaltar que calcular perdas e danos pode ser um processo complexo, dependendo da situação, dos valores envolvidos e das previsões legais. Um especialista no assunto é o profissional indicado para fazer a avaliação adequada e orientar sobre o processo.

Entender como calcular perdas e danos é um conhecimento para qualquer pessoa, mas, principalmente, no âmbito da gestão. A capacidade de analisar essa questão é essencial para melhorar a tomada de decisões e aprimorar a eficiência da organização em casos específicos.

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