HIPAA: entendendo e implementando padrões de privacidade

Além de todos os ganhos mercadológicos, a transformação digital trouxe uma preocupação maior com a proteção de dados. Hoje, empresas precisam garantir a segurança em ambientes virtuais para terem a confiança do público.

Isso é ainda mais importante para organizações no setor da saúde, que trabalham com informações sensíveis de pacientes. Por esse motivo, determinações como a HIPAA servem de padrão para excelência em cibersegurança.

Quer entender o que é essa sigla e como ela ajuda hospitais e clínicas no Brasil a traçarem estratégias digitais? Continue a leitura.

O que é HIPAA?

A Health Insurance Portability and Accountability Act ou HIPAA é uma lei dos EUA vigorada em 1996 que visou a padronização no armazenamento e uso de dados para dar mais segurança aos clientes em defesa contra ataques cibernéticos e quebra de privacidade.

Em resposta à informatização intensa que começou nos anos 1990, o objetivo do ato foi garantir que cidadãos tivessem proteções básicas de confidencialidade sobre dados médicos nos planos de saúde, além de total controle sobre a portabilidade dessas informações.

Embora seja uma lei que se aplica apenas aos Estados Unidos, ela é utilizada como referência no mundo inteiro para negócios que não querem prejudicar sua confiabilidade de mercado por vulnerabilidades digitais.

Alguns exemplos de instituições que a seguem são: operadores de planos, clínicas particulares, hospitais, fornecedores médicos, entre outros.

Quais são os padrões de privacidade do HIPAA?

O que a lei exige das organizações nos Estados Unidos é o chamado HIPAA Compliance ou o ajuste de conduta às determinações na lei, que foi atualizada em 2013. Esses padrões são divididos em dois grandes pilares. A seguir, veja o que eles compreendem.

Privacidade de dados

A Regra de Privacidade da HIPAA cobre todas as empresas do setor de saúde, das que atendem diretamente o público até operadores, fornecedores e parceiros comerciais. O que se exige é que implementem ferramentas de proteção administrativa e operacional nos processos de coleta, armazenamento e utilização de informações.

Essas ações passam por controle de acesso, segurança na comunicação, proteção de estações de trabalho, capacitação profissional e regras claras sobre compartilhamento de dados.

Desse modo, sob hipótese nenhuma, informações privadas podem ser expostas fora dos termos aceitos por seus proprietários — no caso, clientes e pacientes.

Ademais, é preciso também que haja mecanismos simples e seguros para portabilidade entre empresas. Logo, uma infraestrutura de TI que isole dados sem prejudicar a operabilidade do negócio — um dos grandes desafios na era digital.

Proteção de dados

O vazamento de informações privadas de qualquer natureza é prejudicial ao seu proprietário, mas esse impacto é ainda maior no caso de exames e relatórios médicos.

Por isso, há uma preocupação redobrada sobre a cibersegurança no setor da saúde. A HIPAA nasceu prevendo esse cenário e ganha importância com o passar do tempo.

Nesse caso, o que a lei determina são padrões técnicos e operacionais para impedir o comprometimento por meio de invasão, vazamento, perda ou mau uso de informações.

Desse modo, instituições que pretendem seguir a HIPAA precisam de planos de segurança que envolvem: mensurar a necessidade de recursos de tratamento de dados, investir em hardware e software especializado e capacitar colaboradores sobre riscos como engenharia social.

Como usar o HIPAA como referência de segurança no seu negócio?

Seguir leis bem formatadas de padronização de serviços e processos é uma boa ideia mesmo quando não estamos sujeitos a elas. Um exemplo disso é quantos negócios já seguiam a GDPR europeia antes que a LGPD entrasse em vigor no Brasil.

Então, o que você pode tirar de positivo da HIPAA para digitalizar a empresa sem criar brechas de segurança para os dados de clientes? Agora, veja algumas práticas úteis baseadas no que a lei norte-americana exige.

Atenda às exigências da LGPD

Até alguns anos atrás, a HIPAA era a melhor referência para segurança digital médica no Brasil. Mas a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados mudou esse cenário.

Embora não seja específica para o setor médico, a LGPD cobre boa parte dos padrões de cibersegurança exigidos hoje no mercado de saúde. Para tanto, seus pilares são visibilidade, controle e transparência, tudo o que é necessário para uma proteção eficiente de sistemas digitais.

E claro, a LGPD é mais do que uma recomendação, é uma lei a qual precisamos nos ajustar de fato para evitar problemas legais. Ainda, uma referência objetiva na jornada de transformação digital.

Melhore sua infraestrutura de dados

É impossível atender ao HIPAA Compliance ou a própria LGPD se o negócio não conta com infraestrutura adequada para o volume e sensibilidade dos dados que armazena.

Talvez seja hora de fazer esta reflexão dentro do negócio: as soluções de TI que utilizo hoje me dão o que preciso para manter informações seguras?

Essa análise pode identificar pontos de melhoria. Nesse sentido, serviços como ERP e Cloud Computing são mais indicados para negócios de saúde que querem gestão moderna de dados sem grandes investimentos iniciais e com implementação simplificada.

Invista em autenticação eletrônica

A digitalização completa de uma empresa de saúde passa por gestão virtual de relatórios, prontuários, contratos e outros documentos sensíveis. Então, como ter controle sobre a transmissão desse tipo de registro e evitar vazamentos?

Aqui, soluções de autenticação, como assinatura eletrônica, garantem a confiabilidade e integridade dessa troca de dados e ainda simplificam processos de verificação de identidade.

Monitore o uso de dados

Grande parte dos vazamentos de informação ocorre durante a operação relacionada a ela. 40% dos roubos de credenciais são realizados por engenharia social, quando o criminoso induz o usuário a oferecer seus dados erroneamente.

Esse é um tipo de comprometimento difícil de identificar quando não há um bom monitoramento de produtividade dentro de sistemas de gestão.

Portanto, implemente ferramentas de controle de acesso e acompanhamento de modificações para identificar anomalias no uso. Ainda, invista sempre no treinamento de colaboradores para diminuir riscos de falha.

Embora não estejamos sob as determinações da HIPAA, seguir seus preceitos é uma garantia de sistemas de saúde seguros e eficientes. Ademais, investir em controle, proteção e transparência é conseguir todas as vantagens da transformação digital sem os riscos potenciais.

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